Uma das fases mais difíceis para muitos jovens é morar longe da família durante a universidade. Nessa fase, além de se adaptar à rotina de estudante universitário, muitos precisam se adaptar também à moradia estudantil, seja para alugar quarto ou para morar em um apartamento para estudante. Essa adaptação longe do ambiente familiar pode impactar de maneiras diferentes a vida acadêmica e a saúde mental dos universitários.
Além de uma boa estrutura, com acomodações confortáveis e que proporcionem um espaço bom para estudo, é importante viver em um ambiente que seja tranquilo e com pessoas que compartilhem dos mesmos objetivos. É mais fácil manter o foco quando o espaço e ambiente como um todo colaboram para isso.
Encontrar quartos para alugar que poupam o estudante de outras preocupações relacionadas à moradia, como as contas básicas do mês, pode contribuir para o seu bem-estar. Nesse caso, a student housing da Uliving é uma boa opção. Além de possuir moradias feitas especialmente para estudantes, proporciona acomodações sem contas extras, aluguel 100% digital e não exige fiador.
A psicóloga e sócia fundadora da 5WB Desenvolvimento Corresponsável, Caroline Yu, explica como uma moradia estudantil, com espaço e ambiente adequado, pode influenciar positivamente na vida de um estudante universitário. Leia a entrevista na íntegra:
Morar em um ambiente apropriado, em que o universitário tenha tudo o que precisa ao seu alcance, pode impactar na saúde mental e física desse jovem de qual maneira?
Caroline Yu: O ambiente físico pode ser considerado como uma extensão do nosso ambiente interno. Ou seja, muitas vezes projetamos no externo aquilo que sentimos e vice-versa. Um ambiente que contempla a saúde positivamente, com espaços de interlocução, trocas e vivências pode impactar positivamente a saúde mental dos moradores daquele espaço. O contrário também pode ocorrer. Um espaço apertado, sem a iluminação adequada e com muitos ruídos pode impactar negativamente a saúde mental e cognitiva de qualquer indivíduo.
Por exemplo: você já deve ter ido a shows ou festas em que o som da música estava alto demais e, depois de algumas horas, começou a sentir uma leve dor de cabeça. Isso ocorre por um excesso de estímulo. Não é à toa que muitos trabalhadores de maquinários pesados precisam usar equipamentos de proteção (inclusive do ouvido) – cuidados estes dentro da área da saúde do trabalhador. Existe uma área inteira de estudo para isso. Não é de se espantar então que há uma correlação, de fato, entre o ambiente e a saúde física e mental de um sujeito.
Contudo, gosto de pensar que há uma certa diferença entre o termo “espaço” e “ambiente”. O espaço físico é um espaço como outro qualquer e depende também da interação com os moradores e usuários do espaço para transformar este em um ambiente. Um ambiente que pode vir a ser acolhedor, propício para estudos e produtividade, mas também para o fomento de relações saudáveis. No fim das contas, são as relações saudáveis que podem fazer uma grande diferença na saúde mental dos jovens. E, por esse ponto de vista, a moradia estudantil pode contribuir muito para o fomento desses encontros, em um momento tão importante da vida do jovem.
Quando o universitário mora perto da faculdade e tem acesso às atividades e eventos com outros colegas, ambientes próprios para os estudos, – como a Uliving oferece -, algumas doenças e/ou transtornos podem ser evitados? Por exemplo, ansiedade ou depressão?
Caroline Yu: Não sei se os transtornos ou adoecimentos podem ser evitados, pois esse não seja o real caminho da saúde: evitar dores e sofrimentos. O estresse faz parte, infelizmente, da vida como levamos hoje, com inúmeras tarefas a cumprir em um dia, e preocupações dos dias a vir. E, ter reações que são condizentes com o contexto não é algo ruim. Por exemplo: estar estressado com uma carga elevada de estudos é dito como uma reação dentro da normalidade, pois há de fato um estímulo causador. E, serve de alerta para nós de que estamos ultrapassando os nossos limites – e o corpo está dizendo. O mesmo serve para uma situação de perda ou tristeza – seria condizente manifestar reações de choro, tristeza, apatia por um certo período. Então, se o caminho não é evitar as dores, talvez seja aprender a lidar de uma forma mais saudável com as dores que não são inevitáveis, de forma que não seja destrutivo no seu processo. Mais do que o ambiente próprio para estudo, com pessoas que estão com o mesmo objetivo – passar no vestibular ou em um concurso, encontrar quartos para alugar – há um senso de cuidado e comunidade em ambientes com um propósito em comum, como é o caso da Uliving.
Naturalmente, há algo em comum nos moradores que buscam esse tipo de moradia estudantil e isso facilita o estabelecimento de vínculos afetivos. Vários estudos mostram a importância e o impacto que os vínculos afetivos podem ter em nossa saúde e bem-estar. Aqueles que demonstram ter conexões afetivas fortes têm menos propensão a adoecimento gerais ou de sintomas cardíacos, por exemplo, do que aqueles com vínculos afetivos fracos.
É possível manter esses vínculos afetivos durante o isolamento social?
Caroline Yu: Em 2020, com a pandemia, vimos a importância dos cuidados com a nossa saúde física e mental. Mas, uma pressão enorme também acometeu a todos de ter que dar conta de todos os afazeres de forma plena, sem demonstrar fraqueza ou queda na produtividade. Como isso seria possível ou até saudável? Esse é um exemplo de uma realidade inevitável. Para muitos, esse contexto foi muito angustiante, e houve de fato um aumento nos números de queixas e quadros de ansiedade e depressão. De repente, nos vimos sem poder nos encontrar com entes queridos, diante de uma situação de saúde muito incerta. Só nos restou aprender a lidar com essa realidade: muitos buscaram acalento na meditação, yoga, outros em exercícios em casa, hobbies, entre outras atividades.
Uma das grandes ações da Uliving nesse período foi continuar promovendo, de forma on-line, o sentimento de pertencimento e de comunidade. Ainda que de forma virtual, acredito que os moradores sentindo-se acolhidos, fazendo parte de um grupo que estava aprendendo a lidar com a pandemia de várias formas, pôde trazer um sentimento de proteção subjetiva, de não estou só (sozinho) enfrentando tudo isso. Poder contar com um amparo de forma institucional serve de um grande acalento para quem está sofrendo com ansiedade ou depressão. Estar em um ambiente que oferece recursos (não apenas materiais), mas humanos, no sentido dos vínculos e interações têm mais impactos na saúde mental e bem-estar de um sujeito, do que nós temos consciência ou damos crédito.